sábado, setembro 28, 2013

Carpeaux on Bunyan

Autor pouco conhecido e pouco mencionado no Brasil fora do meio evangélico, John Bunyan foi um dos grandes escritores ingleses. Aqui nos Estados Unidos é levado muito a sério. Reproduzo um pequeno trecho da História da Literatura Ocidental a respeito do Pillgrim's Progress:

"No The Pilgrim's Progress, o povo inglês encontrou de novo as angústias que o tinham comovido diante das peças de Shakespeare e Webster; encontrou personagens alegóricas, mas tão vivas e imortais como Hamlet. E mais, uma coisa que Shakespeare não fora capaz de criar: um enredo inventado, que na imaginação do leitor se torna verdade vivida, acompanhando-o e guiando-o pela vida afora. Bunyan é, segundo a expressãode um crítico moderno, um criador de mitos."

mens sana in corpore sano

Estive conversando com meu pai hoje á tarde (porém à noite para ele, que não está no pacific time) acabamos falando sobre as malcriadas novas gerações, as quais ele muito corretamente observou serem menos rijas que as precedentes, menos determinadas para o trabalho. A esse propósito, não sei bem em que ponto do papo, papai citou um brocado latino para lá de conhecido, o qual creio fazer muito sucesso entre os entusiastas da saúde, num contexto certamente mais elevado do que normalmente de faz nos periódicos sobre fitness e nos programas de TV. Seja lá como for, não sabíamos quem era o autor da preciosa frase, de modo que aproveitei a chance para mostrar os poderes de meu I-Phone 5, capaz de, ao mesmo tempo, ligar para o Brasil e pesquisar informações sobre autores clássicos. Deu certo. Traduzi o texto que encontrei na Wikipédia (é brincadeira, não é?) com a frase e o resto dos versos que se seguiam, ao telefone mesmo, e papai gostou tanto que pediu (ou eu ofereci) que eu mandasse o trecho do poema para ele, com cópia para mamãe. Depois de uma breve interrupção (fui buscar minha esposa querida no trabalho), pus mãos à obra.

Embora descoberto o autor e o poema de onde foi extraída a frase, não encontrei um raio de uma tradução portuguesa do danado na internet (e como já sabemos todos, se não está na internet, é porque não existe). Diante do exposto, não conhecendo do latim mais que uns parcos brocados e uns dois casos mal digeridos, tenho que traduzir o famoso trecho partir do inglês e do espanhol, enquanto o festejado autor Decimus Junius Juvenalis, Juvenal para os íntimos, se revira em seu milenar e respeitável túmulo. Convido os latinistas e os dublês de latinistas a oferecerem uma tradução melhor, para substituir esta que segue, and, please, be kind.

Sátira X: 355-360

"deves rezar por uma mente sã em um corpo são.
Peça por uma alma corajosa sem medo da morte,
que considere a longa vida um presente da natureza,
que suporte quaisquer sofrimentos, não conheça a ira, nada cobiçe e creia
serem as dificuldades e insólitos trabalhos de Hércules melhores que o prazer sexual, as comidas e as plumas de Sardanapalo.
Mostrarei o que podes dar-te a si mesmo. O único caminho para a vida tranqüila que temos desde logo ao nosso alcance é a virtude."

sexta-feira, setembro 06, 2013

Janowski discute Wagner

Eu já tinha expressado aqui minha predileção pela gravação do Anel dos Nibelungos empreendida sob a batuta de Marek Janowski no fim dos anos 70 e começo dos anos 80 (pode ser picuinha minha, mas as gravações foram realizadas no período de 80-83, e 1980 ainda é parte da década de 70). Agora encontrei no blog Sound et Fury um vídeo do youtube em que Janowski fala a respeito de Wagner e do "fim" de sua carreira nos palcos de opera. Ele desistiu de reger opera em teatros por ver que os diretores estavam se desligando mais e mais do impulso original dos compositores e (não são palavras do maestro) ficando cada vez mais esquisitas (vide o famoso caso do Lohengrin com extras em cena vestidos de ratos). Conversa muito interessante.

Uma boa notícia: O vídeo, ao que tudo indica, é parte da promoção de uma série de gravações de Wagner com Janowski, incluindo um novo ciclo do Anel dos Nibelungos (acho que Siegfried está para sair este mês). Gostaria de poder comparar as gravações novas com as de 80-83 do mesmo maestro. Essa série de 10 albums está sendo lançada em SACD, cuja alta qualiade, embora não esteja cientificamente estabelecida, é propagada aos quatro ventos pelos audiófilos.

Abaixo o link para a entrevista:

http://youtu.be/_hl28N_gQYI