Minha esposa foi para Cold Spring Harbor, upstate New York, participar de uma conferência sobre Microbiologia. É que ela é uma bióloga atípica, tem horror a qualquer tipo de animal superior com exceção dos gatos e, em nossos melhores dias, de mim. Fiquei brincando com a idéia de ficar sozinho toda a semana passada. Eu sou um marido grudento, sofro quando minha digníssima se vai por mais de algumas horas, mas confesso que estava bastante excitado com a idéia to tempo livre que teria.
Eis o problema: sempre tive a impressão de que passei a produzir e estudar muito menos desde que me casei. Fico sempre irritado com o tempo que minha esposa consome com banalidades das quais sou, com freqüência, espectador inerme ou, na pior das hipóteses, participante contrafeito. Estava triste por estar só, mas imerso no antegozo dos projetos que eu iria realizazr durante a semana. Passo então a fazer um balanço das atividades realizadas.
Na terça-feira saí cedo do trabalho, onde havia tão pouco a fazer que fiquei cansado. Cheguei em casa e requentei o risoto que minha previdente esposa deixou feito no dia anterior. Comi assistindo desenho animado. Preparei café para a manhã seguinte, guardei o resto do risoto na marmita, tomei banho, pus o pijama e liguei para minha amada: "Querida, estou aproveitando que você viajou para fazer uma coisa que você nunca deixa: são sete e meia da noite e já estou na cama pronto para dormir!"
Na quarta, tive que buscar o carro dela no mecânico. Fui certo de que iria pegar o carro e dar uma volta pela cidade. No meio do caminho de volta acabei mudando de idéia. Voltei para casa, não pude fumar porque tive preguiça de ir comprar cigarro, tomei banho e encomendei comida chinesa. Fiquei assistindo mais desenhos na cama até a comida chegar. Fui buscar a comida, que levei direto para a cama onde comi e caí no sono. Acordei na manhã seguinte ao lado da bandeja.
Na quinta fui ajudar meu querido amigo Tony Ex Ex (já estou fazendo referências a meus posts anteriores, uau...) a resolver uns problemas no computador. Assisti o começo do show do Rei Roberto Carlos em Jerusalém enquanto fazia um macarrão. Comi e fui para cama após ler meia página de John Piper.
Na sexta cheguei em casa e jantei Cheetos, dois muffins de chocolate e um copo de uísque. Resolvido a ler alguma coisa fui tentar acabar de ler The Jesuits do Malachi Martin. Avancei um pouco na leitura, mas não me lembro mais o que li. Tentei dormir mas a gata não parava de miar de saudades de sua dona. Fui dormir em definitivo às duas e meia da manhã e acordei às seis e meia com o barulho do celular que trazia a mensagem de minha esposa avisando que me ligaria dali alguns minutos. Não preciso dizer que a noite acabou aí.
Esta experiência me mostrou de forma cabal a imbecilidade da concepção de que o casamento consumiu tempo precioso de criatividade. Desculpe querida, de longe o pior inimigo de meu desenvolvimento intelectual continuo sendo eu. Engraçado como essas situações nos mostram como certas idéias que jamais questionamos podem ser completamente falsas. Como diz o Matt Chandler, noventa por cento das vezes você está infeliz por culpa sua.
Para meu alívio,a patroa volta hoje para Dallas e a vida retoma seu ritmo normal. Passo muito melhor quando tenho alguém para me defender de mim. Vivendo e aprendendo.
Eis o problema: sempre tive a impressão de que passei a produzir e estudar muito menos desde que me casei. Fico sempre irritado com o tempo que minha esposa consome com banalidades das quais sou, com freqüência, espectador inerme ou, na pior das hipóteses, participante contrafeito. Estava triste por estar só, mas imerso no antegozo dos projetos que eu iria realizazr durante a semana. Passo então a fazer um balanço das atividades realizadas.
Na terça-feira saí cedo do trabalho, onde havia tão pouco a fazer que fiquei cansado. Cheguei em casa e requentei o risoto que minha previdente esposa deixou feito no dia anterior. Comi assistindo desenho animado. Preparei café para a manhã seguinte, guardei o resto do risoto na marmita, tomei banho, pus o pijama e liguei para minha amada: "Querida, estou aproveitando que você viajou para fazer uma coisa que você nunca deixa: são sete e meia da noite e já estou na cama pronto para dormir!"
Na quarta, tive que buscar o carro dela no mecânico. Fui certo de que iria pegar o carro e dar uma volta pela cidade. No meio do caminho de volta acabei mudando de idéia. Voltei para casa, não pude fumar porque tive preguiça de ir comprar cigarro, tomei banho e encomendei comida chinesa. Fiquei assistindo mais desenhos na cama até a comida chegar. Fui buscar a comida, que levei direto para a cama onde comi e caí no sono. Acordei na manhã seguinte ao lado da bandeja.
Na quinta fui ajudar meu querido amigo Tony Ex Ex (já estou fazendo referências a meus posts anteriores, uau...) a resolver uns problemas no computador. Assisti o começo do show do Rei Roberto Carlos em Jerusalém enquanto fazia um macarrão. Comi e fui para cama após ler meia página de John Piper.
Na sexta cheguei em casa e jantei Cheetos, dois muffins de chocolate e um copo de uísque. Resolvido a ler alguma coisa fui tentar acabar de ler The Jesuits do Malachi Martin. Avancei um pouco na leitura, mas não me lembro mais o que li. Tentei dormir mas a gata não parava de miar de saudades de sua dona. Fui dormir em definitivo às duas e meia da manhã e acordei às seis e meia com o barulho do celular que trazia a mensagem de minha esposa avisando que me ligaria dali alguns minutos. Não preciso dizer que a noite acabou aí.
Esta experiência me mostrou de forma cabal a imbecilidade da concepção de que o casamento consumiu tempo precioso de criatividade. Desculpe querida, de longe o pior inimigo de meu desenvolvimento intelectual continuo sendo eu. Engraçado como essas situações nos mostram como certas idéias que jamais questionamos podem ser completamente falsas. Como diz o Matt Chandler, noventa por cento das vezes você está infeliz por culpa sua.
Para meu alívio,a patroa volta hoje para Dallas e a vida retoma seu ritmo normal. Passo muito melhor quando tenho alguém para me defender de mim. Vivendo e aprendendo.
2 comentários:
Adoro as leituras que vc proporciona. Obrigada!
Adoro as leituras que vc nos proporciona. Obrigada!
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