Uma das características mais curiosas dos entorpecentes recreacionais - e que sempre me vêm à memória - é a capacidade de algumas drogas de nos dar a impressão de que transcendemos a nós mesmos, como se nos víssemos de longe e não fôssemos diretamente atingidos pelas conseqüências nem pela responsabilidade de nosas ações. Isto nos deixaria, em tese, livres para realizar coisas extraordinárias. Na prática, nos comportamos como patéticos imbecis, o que sugere que talvez o fôssemos desde o princípio. Os entorpecentes têm, assim, o condão de nos fazer sentir como semi-deuses enquanto, paradoxalmente, nos tornam em realidade semi-homens.
terça-feira, novembro 19, 2013
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