quinta-feira, julho 28, 2005

Da dúvida

O que fazer quando o coração duvida e o espírito falha?

Para as questões do mundo físico me parece que só a dúvida aprimora a ciência e a técnica. Parece também que para as questões do espírito o sentido é inverso, a dúvida é um mal que nos tira do caminho a ser trilhado.

Muitas vezes, não só nas questões religiosas como nas relações interpessoais, duvidar é um pecado. É um sinal de fraqueza pessoal que é projetada como crença na fraqueza do outro em manter a sua palavra. A dúvida é, de certa forma, uma maneira de ser cruel.

Escrevo a esse respeito não para repreender aos outros, e sim para repreender a mim. Aponto o defeito que identifico em mim porque me incomoda.

A insegurança, a fraqueza, o medo de perder o bem que nos é entregue e a ingratidão de achar que alguém vá necessáriamente tirar o que nos deu são os ingredientes que ensejam o surgimento da dúvida. Seja a palavra dada, seja o amor, seja lá o que for, se formos apegados demais, corremos o risco de nos pegar enfraquecidos, duvidar e até mesmo perder.

Perder porque a dúvida se volta contra outra pessoa. Porque a dúvida se dá ao duvidar de alguém. Não advogo que tenhamos uma fé cega em tudo e em todos, mas uma pessoa, para poder viver minimamente bem deve confiar em alguém ou em algo fora dela mesma. Nenhum homem é uma ilha.

Quando meu medo é maior do que eu, quando estou cansado ou triste, sucumbo e duvido, pergunto de forma insultosa a mim mesmo o que vai acontecer, e sempre imagino o pior. Essa é a razão pela qual finalmente formulei breve e racionalmente esses pensamentos, para identificar o mal e controlá-lo, barrar o apego, enfrentar o medo. Espero que mais esse mal, trazido à luz, desapareça.

Um comentário:

Anônimo disse...

EI DOR, EU TE ESCUTO MAIS
VC NÃO ME LEVA A NADA

EI MEDO...EU NÃO TE ESCUTO MAIS
VC NÃO ME LEVA A NADA

E SE QUISER SABER PRA ONDE EU VOU
PRA ONDE TENHA SOL,
É PRA LÁ QUE EU VOU