segunda-feira, agosto 28, 2006

O Amor das Pequenas Coisas


Às vezes acho que me esqueci do amor. Tanto tempo já faz que não me sinto contundido por sua pungência que é certamente lícito pensar que o esqueci. Isto não poderia estar mais longe da verdade. O afeto sincero, os olhares de cumplicidade, os sorrisos sem maior razão do que o simples fato de ter ao lado o ser amado, dão testemunho da minha profissão, de que mantive a promessa de acreditar que alguma felicidade me aguarda entre o bem querer e o ser querido.

Percebo que falo menos sobre o sentimento, e entendo, no entanto, que parei de teorizar sobre aquilo que a prática aperfeiçoou e fez manifesto em cada gesto de ternura do qual não me embriago desesperado, mas antes recebo de coração aberto.

Pareço menos inspirado, mas a inspiração é uma qualidade injustamente distribuída, enquanto o amor se dá a quem quiser recebê-lo. Posso entrever a paz que repousa após o ato de procurar amorosamente a mulher que se quer bem e entender que ali está um porto seguro em meio a tantas dúvidas que estão tão em moda entre os intelectuais. Os sentimentos simples são mais aptos à vocação de quem procura a verdade, e não a dúvida, e a pretensa erudição não vale um olhar sequer da mulher que se ama.

Já não é preciso tantas linhas para falar. Há certas coisas que se mostra cada dia, com prazer imenso, e talvez seja preciso diminuí-las para dizê-las. No mais, já existem palavras demais causando antes confusão do que concórdia. Que o amor não seja maculado por palavras demais, nem medo demais. Que brilhe ainda mais um pouco nas pequenas coisas, como um segredo contado a quem consiga parar e escutar com o mesmo cuidado necessário para amar alguém.



 

quarta-feira, agosto 02, 2006

Citação provocativa.

"Os marxistas inteligentes são patifes. Os marxistas honestos são burros. E os inteligentes honestos nunca são marxistas."
(J.O. Meira Penna)